O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) apresentou uma deflação de 0,14% em agosto, revertendo a alta de 0,33% registrada em julho, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, 26. Este resultado marca a primeira deflação desde julho de 2023 e acumula uma variação de 3,26% no ano, ainda acima do teto da meta de inflação estabelecida em 4,5%.
Embora o recuo nos preços seja um sinal positivo, analistas do mercado financeiro esperavam uma deflação mais acentuada, com uma mediana projetada de 0,21%. Luis Otávio de Sousa Leal, economista-chefe da G5 Partners, descreveu os dados como um “choque de realidade” para o mercado, que estava otimista com a desaceleração das expectativas de inflação. Ele enfatizou que a inflação não está caminhando para um cenário catastrófico, mas a convergência rápida para o centro da meta de inflação (3%) ainda parece distante.
Os dados revelam que a queda da inflação no Brasil ocorrerá de forma irregular, especialmente nos serviços. Leonardo Costa, economista do ASA, destacou que a desaceleração é tímida e reflete a fragilidade da atividade econômica e a resiliência do mercado de trabalho. Em agosto, as famílias gastaram menos em quatro dos nove grupos de produtos e serviços do IPCA-15, com destaque para a queda nos preços de alimentos e bebidas. No entanto, aumentos foram observados em educação e saúde, evidenciando um cenário complexo para a economia brasileira.