O IPCA-15 registrou uma deflação de 0,14% em agosto de 2025, impulsionada pelo Bônus de Itaipu nas contas de energia e pela queda nos preços dos alimentos. Este resultado, embora negativo, foi superior à expectativa de uma queda de 0,19%, evidenciando uma deterioração nas margens devido à reaceleração dos preços dos serviços. A análise da equipe macroeconômica da XP destaca que o mercado de trabalho aquecido limita a desinflação nesse setor, enquanto a inflação geral permanece sob vigilância do Banco Central, que mantém os juros elevados.
A deflação observada é a mais intensa desde setembro de 2022 e ocorre em um contexto onde a inflação acumulada em 12 meses caiu para menos de 5%. Apesar da deflação em alimentos, que apresentou uma queda de 0,92% no mês, os preços dos serviços subjacentes aumentaram 0,50%, refletindo pressões inflacionárias persistentes. Instituições financeiras como Itaú e Bradesco ajustaram suas projeções para o IPCA, indicando que a inflação deve permanecer elevada, especialmente no setor de serviços.
Os economistas ressaltam que a aceleração nos preços dos serviços pode interromper a tendência de queda da inflação e exigir uma política monetária ainda mais restritiva. A taxa Selic deve permanecer em 15% ao ano até pelo menos o final de 2025 para controlar as pressões inflacionárias. Com isso, as projeções para o IPCA em 2025 foram mantidas em torno de 4,8%, refletindo um cenário desafiador para a economia brasileira nos próximos anos.