O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram indiciados por suspeita de coação no inquérito que investiga a trama golpista de 2022 e 2023. O relatório final da Polícia Federal, que aponta responsabilidades dos dois, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (15), e agora cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir sobre o futuro das investigações. A PGR pode optar por arquivar o caso, solicitar novas apurações ou apresentar denúncias adicionais.
Especialistas indicam que a PGR tem autonomia para desmembrar a investigação, podendo incluir outros indivíduos próximos a Bolsonaro, como a ex-primeira-dama Michelle e o pastor Silas Malafaia, que também é investigado. A PF identificou indícios de que Bolsonaro e Eduardo tentaram interferir na ação penal relacionada à tentativa de golpe, com ações que se estenderam até os Estados Unidos. O ex-presidente está sob prisão domiciliar desde 4 de agosto e enfrentará julgamento a partir de 2 de setembro.
As implicações dessa investigação são significativas, pois podem resultar em novas denúncias contra aliados de Bolsonaro, ampliando o alcance das acusações. A participação de figuras como Malafaia e familiares do ex-presidente pode levar a responsabilizações por crimes relacionados à obstrução da Justiça e lavagem de dinheiro. A situação se torna ainda mais crítica para Bolsonaro, que enfrenta a possibilidade de uma condenação que pode aumentar sua inelegibilidade até 2030.