A Interpol incluiu os nomes de oito foragidos da megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) na lista de difusão vermelha. Entre os principais alvos estão Mohamad Hussein Mourad, conhecido como ‘Primo’, e Roberto Augusto Leme da Silva, o ‘Beto Louco’, que eram responsáveis por um esquema bilionário no setor de combustíveis. A inclusão na lista permite que as polícias de 196 países-membros localizem os suspeitos, que estão foragidos desde a operação realizada na última quinta-feira (28).
A operação, batizada de Carbono Oculto, mobilizou 1.400 agentes em oito estados brasileiros e é considerada a maior ação do Brasil contra o crime organizado. As investigações revelaram que o PCC sonegou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos e operava uma rede complexa de fraudes no setor de combustíveis, envolvendo mais de 300 postos. Além disso, a Receita Federal identificou pelo menos 40 fundos de investimento controlados pela facção, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões.
As autoridades expressaram preocupação com o número elevado de foragidos e a eficácia das prisões realizadas, uma vez que apenas seis dos 14 mandados de prisão foram cumpridos. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, classificou a situação como ‘uma certa estranheza’, indicando a necessidade de uma análise mais profunda sobre possíveis vazamentos de informações que possam ter prejudicado a operação.