Mais de 20 países emitiram uma declaração conjunta condenando os planos de Israel para expandir os assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada. A decisão prevê a construção de 3.500 novas casas para colonos israelenses e pode resultar na demolição de residências e pequenas fazendas palestinas na região. Na área conhecida como Jabal al-Baba, aproximadamente 450 pessoas, distribuídas em 80 famílias, aguardam com apreensão o momento em que serão removidas de suas casas. Abdullah, morador da região há 50 anos, expressa sua incerteza sobre o futuro: “Tenho medo pelas crianças, pelas mulheres, pelos animais, para onde vão?”. A área E1, onde serão realizados os despejos, é considerada estratégica por conectar a Cisjordânia à Jerusalém Oriental, região almejada pelos palestinos como futura capital. O plano inclui a construção de uma nova estrada que limitará a movimentação dos palestinos, permitindo a expansão do assentamento israelense de Maale Adumim. Hagit Ofran, ativista israelense pela paz, tem demonstrado a jovens israelenses as implicações desta expansão na área E1. O projeto que o presidente de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu implementar há 20 anos está agora em vias de concretização, com o governo atual afirmando que os despejos são legais e justificados. Na cidade de al-Eizariya, nas margens da área E1, comerciantes já enfrentam as consequências das ordens de demolição, com diversas lojas sendo forçadas a fechar. Para os moradores locais, a expansão dos assentamentos representa não apenas o fim das comunidades beduínas na região, mas também o possível comprometimento da viabilidade de um futuro Estado Palestino.