O crescente interesse dos Estados Unidos pelos minerais críticos brasileiros tem atraído a atenção de cidadãos e especialistas para a riqueza nacional, essencial para a indústria de tecnologia. O Brasil possui a sexta maior reserva de lítio do mundo, mineral fundamental para a transição energética, além de ser o lar da maior reserva de nióbio e significativas reservas de grafita, níquel, manganês, alumínio, cobre, cobalto, vanádio e terras raras.
A extração de lítio, realizada no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, ocorre a mais de 200 metros de profundidade e enfrenta desafios relacionados à pesquisa e à necessidade de uma mineração ambientalmente responsável. Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), destaca que o processo de extração e separação das terras raras é complexo e caro, exigindo tecnologia avançada e investimentos significativos.
O professor Roberto Galery, da UFMG, ressalta a importância do mapeamento geológico para identificar as áreas com minerais estratégicos, enquanto um laboratório em Lagoa Santa, na Grande BH, está desenvolvendo um projeto para viabilizar o processamento de terras raras no Brasil. Eduardo Neves, pesquisador do CIT SENAI ITR, acredita que a estrutura em desenvolvimento servirá como exemplo para novos investimentos no setor.
Entretanto, a exploração mineral deve ser equilibrada com a preservação ambiental. Daniel Neri, do Instituto Federal de Minas Gerais, alerta que a extração em larga escala pode causar danos significativos, mas tecnologias atuais podem ajudar a mitigar esses impactos. Infelizmente, soluções mais baratas e prejudiciais têm sido preferidas, colocando em risco a população e a biodiversidade local.