No segundo trimestre de 2025, a proporção de pessoas que declararam a intenção de adquirir um imóvel nos próximos três meses recuou de 35% para 33%, conforme a Pesquisa Raio-X FipeZAP. Este é o menor patamar desde 2019, com uma queda na percepção de preços considerados altos, que passou de 74% para 71%. Além disso, a expectativa de aumento nos preços dos imóveis também diminuiu, caindo de 46% para 42% em relação ao ano anterior.
A dificuldade no acesso ao crédito é um fator crucial para essa queda na intenção de compra. A economista Paula Reis, do Grupo OLX, destaca que a escassez de crédito e os juros elevados, que chegaram a 15%, dificultam o financiamento imobiliário. O saldo da poupança está em queda, reduzindo os recursos disponíveis para empréstimos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que atende principalmente o segmento de médio e alto padrão.
Embora o governo federal tenha anunciado uma nova faixa do programa Minha Casa Minha Vida, com juros de 10% ao ano, o orçamento destinado é limitado a R$ 15 bilhões, insuficiente para reverter a queda na concessão de crédito. A economista ressalta que, apesar das melhores condições oferecidas pelo programa, elas não são suficientes para atender à demanda crescente por financiamentos imobiliários, refletindo um cenário econômico desafiador.