O Instituto Americano de Ferro e Aço (AISI) solicitou ao governo de Donald Trump que intervenha na venda de plantas de níquel da Anglo American para a chinesa MMG, realizada em 18 de agosto. Avaliada em US$ 500 milhões, a transação pode conceder à China influência significativa sobre as reservas globais do metal, o que, segundo o AISI, aumentaria vulnerabilidades na cadeia de suprimentos global. A carta enviada ao Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) destaca a necessidade de explorar alternativas que preservem a propriedade orientada pelo mercado desses ativos estratégicos.
A venda inclui a planta de níquel em Barro Alto, Goiás, além de unidades em Niquelândia e projetos no Pará e Mato Grosso. A operação gerou preocupações no Brasil, onde o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foi acionado, e na Europa, onde a Comissão Europeia pode investigar a transação. A Corex Holding, uma concorrente holandesa, questionou o resultado do leilão e argumentou que a aquisição pela MMG concentraria cerca de 60% da oferta global de níquel sob controle chinês.
A Anglo American justificou a venda como parte de uma estratégia de simplificação do portfólio global, enquanto a MMG se comprometeu a manter um diálogo transparente com os reguladores brasileiros. A situação em Barro Alto é observada com expectativa, pois a chegada da MMG pode trazer novas oportunidades para a população local, conforme destacado por líderes comunitários. A disputa pelo níquel insere o Brasil em um contexto estratégico global, refletindo as tensões comerciais entre EUA e China.