Em Belém, inquilinos estão sendo forçados a deixar seus imóveis alugados em meio aos preparativos para a COP 30. Evelyn Ludovina e Ana Carolina Barros, que residiam em seus apartamentos há cinco anos, receberam notificações de despejo de seus proprietários, que buscam lucrar com o aumento da demanda por hospedagem durante o evento. Ambas as moradoras expressaram seu desespero e a dificuldade em encontrar novas moradias em um mercado inflacionado.
A pressão sobre o mercado imobiliário local é evidente, com muitos proprietários optando por rescindir contratos de locação para reformar e alugar os imóveis a preços elevados. A advogada Letícia do Vale Alves explica que, para contratos indeterminados, é legal rescindir com aviso prévio de 30 dias. A situação se agrava com a falta de leitos disponíveis para delegações estrangeiras, levando o governo a notificar plataformas de hospedagem sobre preços abusivos.
As implicações dessa crise habitacional vão além do desconforto imediato dos inquilinos. O aumento dos aluguéis pode perpetuar um ciclo de exclusão social em Belém, dificultando o acesso à moradia digna. Com a COP 30 se aproximando, as preocupações sobre a acessibilidade e o impacto econômico na cidade se intensificam, refletindo um desafio significativo para os moradores locais.