O Congresso dos Estados Unidos e a FDA estão pressionando o setor farmacêutico a adotar tecnologias que substituam os testes em animais na pesquisa de medicamentos. Iniciativas nesse sentido já estão em andamento, como o trabalho de pesquisadores do Hospital Infantil Mercy, em Kansas City, que desenvolveram organoides, pequenos corações cultivados em laboratório a partir de células-tronco dos próprios pacientes. Essa inovação permite a seleção de medicamentos mais eficazes, reduzindo o tempo de tratamento e os riscos de efeitos colaterais.
Desde 1937, os testes em animais são obrigatórios por lei, mas a eficácia desse método é questionada, uma vez que muitos medicamentos são retirados do mercado após causarem reações adversas em humanos, mesmo após testes em animais. Com o avanço de novas tecnologias, como os “órgãos em um chip”, que simulam o comportamento de órgãos humanos, pesquisadores estão encontrando maneiras mais precisas de prever a segurança de compostos, o que pode resultar em economias significativas para a indústria farmacêutica.
Um estudo recente revelou que os “órgãos em um chip” de fígado conseguiram prever com precisão quais medicamentos eram potencialmente perigosos, um avanço que pode reduzir os custos de desenvolvimento de medicamentos, que atualmente ultrapassam US$ 2 bilhões por produto. Com mais de 90% dos candidatos a medicamentos falhando, a necessidade de métodos de teste mais eficazes é urgente, uma vez que os testes em animais frequentemente não fornecem resultados confiáveis.
Ali Afshar, CEO da Mytos, destaca a importância da automação no cultivo de células humanas, que pode melhorar a consistência dos experimentos e acelerar o processo de pesquisa. Essa mudança não apenas promete aumentar a segurança dos medicamentos, mas também pode transformar a dinâmica de custos na indústria farmacêutica, potencialmente salvando vidas e bilhões de dólares no processo.