A Justiça do Rio de Janeiro condenou as influenciadoras Nancy Gonçalves Cunha Ferreira e Kerollen Vitória Cunha Ferreira a 12 anos de prisão em regime fechado por injúria racial. As réus, mãe e filha com mais de 12 milhões de seguidores, foram responsabilizadas por oferecer uma banana e um macaco de pelúcia a crianças negras durante um vídeo veiculado nas redes sociais, configurando o chamado “racismo recreativo”. Além da pena de prisão, elas foram condenadas ao pagamento de R$ 20 mil de indenização para cada uma das vítimas, corrigidos monetariamente.
A juíza Simone de Faria Ferraz, da 1ª Vara Criminal de São Gonçalo, destacou que as influenciadoras abordaram crianças em tom de deboche, o que resultou em bullying e isolamento social para as vítimas. Durante o processo, as réus alegaram que não tinham intenção de ofender e que os vídeos faziam parte de uma tendência do TikTok. No entanto, a decisão judicial enfatizou a gravidade dos atos e a necessidade de resistência ao racismo estrutural.
Os advogados das vítimas celebraram a sentença como um marco simbólico e jurídico contra a humilhação da infância negra. A defesa das influenciadoras manifestou respeito ao Judiciário, mas anunciou a intenção de recorrer da decisão, buscando demonstrar a inocência das réus. O caso levanta questões importantes sobre a responsabilidade nas redes sociais e o impacto do racismo na vida das crianças afetadas.