A psicóloga Kênia Ramos analisa a crescente tendência da infantilização de adultos, um fenômeno global que se manifesta na popularidade de produtos como bonecas e chupetas. Este movimento, que contrasta com a adultização, ganhou destaque após o vídeo do youtuber Felca, que alertou sobre os riscos da internet para o desenvolvimento infantil. A pesquisa da Abrin revela que 76% dos adultos brasileiros entre 18 e 65 anos se consideram potenciais consumidores desse segmento, superando a média mundial de 67%.
Ramos explica que esses objetos infantis podem simbolizar proteção e conforto, resgatando memórias de uma infância mais segura. No entanto, quando esses itens se tornam a principal estratégia de enfrentamento emocional, pode haver uma dependência prejudicial. A psicóloga alerta que colecionar brinquedos ou jogar videogames é saudável quando ligado ao lazer, mas pode se tornar problemático se usado como refúgio para evitar responsabilidades.
Recentemente, as chupetas têm sido adotadas por jovens adultos nas redes sociais, especialmente na China e nos Estados Unidos, como uma forma de lidar com estresse e ansiedade. Embora essa busca por elementos infantis possa ser prazerosa, é fundamental manter um equilíbrio para que não se transforme em uma fuga das dificuldades emocionais da vida adulta. O desafio está em avaliar se esses comportamentos complementam ou prejudicam a vida cotidiana.