A indústria têxtil brasileira pode enfrentar a perda de até 20 mil empregos devido ao tarifaço comercial imposto pelo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) estima que 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos estão em risco, uma vez que o presidente norte-americano impôs uma tarifa de 50% sobre diversos produtos importados do Brasil. Atualmente, os EUA ocupam a quarta posição entre os principais destinos das exportações do setor têxtil brasileiro, com transações que totalizaram US$ 68 milhões no último ano.
A Abit, que já havia gerado cerca de 7,7 mil novas vagas de trabalho entre julho de 2014 e junho de 2024, expressou preocupação com os impactos do tarifaço. Fernando Valente Pimentel, presidente emérito da entidade, afirmou que a indústria não está se rendendo a essa perspectiva negativa e continuará buscando soluções através da diplomacia empresarial. Os produtos têxteis brasileiros mais exportados para os EUA incluem meias e itens de moda praia, com exceção apenas dos cordéis de sisal.
Diante desse cenário desafiador, a Abit já iniciou esforços para diversificar seus mercados, mirando em países como Portugal e Canadá. Nos primeiros seis meses de 2025, a produção têxtil brasileira registrou um crescimento de 11,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A indústria têxtil desempenha um papel crucial na transformação de fibras em produtos acabados, como roupas e acessórios, e sua adaptação às novas condições comerciais será vital para sua sustentabilidade futura.