A indústria de pneus do Brasil enfrenta desafios significativos após o governo dos Estados Unidos elevar o imposto de importação para 50%. A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) expressou sua preocupação e anunciou que continuará a trabalhar junto a autoridades federais e estaduais para mitigar os impactos dessa medida. A nova tarifa, que entrou em vigor em 6 de agosto, afeta principalmente pneus agrícolas, de carga e motocicletas, enquanto os pneus de passeio permanecem com uma taxa de 25%.
No primeiro semestre de 2024, o Brasil exportou 4,22 milhões de pneus, dos quais 1,45 milhão foram destinados aos EUA, representando 34% do total exportado. Os pneus de carga e de motocicletas também tiveram uma participação significativa nas exportações, com os EUA recebendo 38% das vendas de pneus de carga. A ANIP destaca que as tarifas elevadas podem prejudicar a indústria local, afetando empregos e investimentos, além de reduzir a compra de matérias-primas nacionais.
Rodrigo Navarro, CEO da ANIP, afirmou que as tarifas impostas pelo governo americano representam um novo desafio para o setor, que já enfrenta problemas com importações a preços abaixo do custo, uma prática conhecida como dumping. Ele enfatizou a importância de manter o diálogo com o governo dos EUA para encontrar soluções que beneficiem a indústria brasileira. A ANIP já se reuniu com autoridades, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin e governadores de estados como São Paulo e Bahia, para discutir a situação.
São Paulo, que concentra a maior parte da produção de pneus para exportação, foi um dos estados mais impactados pelas novas tarifas. Em 2024, o estado respondeu por 49,4% das exportações de pneus, seguido pela Bahia com 24,3%. A ANIP continua a monitorar a situação e a buscar alternativas para proteger a indústria nacional diante das mudanças nas políticas comerciais dos EUA.