Francisca da Silva de Souza, uma idosa de 72 anos, está processando a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen) após ser enganada e se tornar presidente da entidade sem seu conhecimento. A Aapen, que conta com quase 492 mil associados, é alvo de investigações da Polícia Federal por fraudes que podem ter causado prejuízos de até R$ 6 bilhões ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Recentemente, o Congresso instalou uma CPI mista para apurar as irregularidades envolvendo a associação.
A Defensoria Pública do Ceará ajuizou uma ação na Justiça estadual, alegando que Francisca foi indevidamente inserida como dirigente da Aapen e não exerceu qualquer função de gestão. Ela começou a receber cartas de cobrança de pessoas lesadas pela entidade e enfrenta mais de 200 processos judiciais. O órgão defende que a idosa foi manipulada por terceiros e pede sua retirada dos registros da associação, livrando-a de responsabilidades pelas fraudes.
A investigação revela que Francisca foi abordada por uma mulher que a convenceu a assinar documentos para um empréstimo, resultando em sua nomeação como presidente da Aapen. A Polícia Federal já indicou que muitos presidentes de associações podem ser laranjas, e o caso de Francisca exemplifica a exploração de pessoas vulneráveis em esquemas fraudulentos. O desdobramento deste caso pode levar a uma maior responsabilização das entidades envolvidas e à proteção dos aposentados lesados.