Iraci Megume Nagoshi, de 73 anos, condenada pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, foi transferida para a Penitenciária Feminina de Sant'Anna, em São Paulo, após descumprir repetidamente as regras de sua prisão domiciliar. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que revogou sua prisão domiciliar em 16 de julho. Iraci foi registrada no presídio na última segunda-feira (28) após acumular 983 violações, incluindo saídas não autorizadas e problemas com a tornozeleira eletrônica.
O advogado de Iraci, Jaysson França, argumenta que a idosa enfrenta sérios problemas de saúde e que as condições carcerárias comprometem sua dignidade e bem-estar. Segundo a defesa, ela está dormindo no chão da cela, que não possui condições mínimas de higiene, e divide o espaço com mais cinco detentas, além de não ter acesso a tratamento médico adequado.
Iraci foi condenada a 14 anos de prisão em regime fechado por crimes como golpe de Estado e associação criminosa armada. Sua prisão domiciliar, concedida em junho de 2024, estava condicionada ao uso de tornozeleira e outras restrições, mas desde abril de 2025, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) registrou diversas violações. O ministro Moraes destacou que as atividades de lazer realizadas durante a prisão domiciliar demonstravam um desrespeito pela pena imposta e pelo sistema jurídico, levando à revogação da medida.
A SAP não respondeu aos pedidos de comentário sobre as condições de detenção de Iraci até o fechamento desta reportagem.