O ciclo de cortes de juros no Brasil está previsto para começar em 2026, conforme a expectativa do mercado. Essa antecipação gera otimismo entre investidores, já que o histórico dos últimos 20 anos indica que o Ibovespa tende a subir tanto antes quanto depois das reduções na taxa Selic. Um estudo realizado pela analista Bruna Sene, da Rico, destaca que os maiores retornos costumam ocorrer antes do primeiro corte, sugerindo que esperar pelo início oficial pode resultar em perdas significativas.
O levantamento analisou os cinco últimos ciclos de queda de juros no Brasil e identificou quais setores tiveram os melhores desempenhos. Em 2005, por exemplo, o Ibovespa subiu 31,4% nos 12 meses anteriores ao corte da Selic, e continuou a trajetória positiva após a redução. Em 2023, o padrão se repetiu, com alta de 16,2% nos 12 meses anteriores ao corte mais recente. Contudo, o estudo também aponta exceções, como em 2009, quando a bolsa caiu antes do corte devido à crise financeira global, mas reagiu fortemente depois.
Os setores que se destacam em períodos de queda da Selic incluem commodities e bancos, que apresentam desempenho positivo antes do corte. Após a redução, setores como materiais e consumo tendem a se beneficiar. No entanto, a análise ressalta que os cortes de juros não atuam isoladamente e são influenciados por fatores econômicos globais e locais.