Uma nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que, atualmente, existem 95 homens para cada 100 mulheres no Brasil. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua 2024, divulgados na última sexta-feira, 22, mostram que essa diferença se acentua com a idade, especialmente no Rio de Janeiro, onde entre os maiores de 60 anos a proporção é alarmante: apenas 70 homens para cada 100 mulheres. Em São Paulo, a situação não é muito diferente, com 77 homens para cada 100 mulheres nessa mesma faixa etária.
Os números do último Censo, realizado em 2022, revelaram que a população brasileira era composta por cerca de 104,5 milhões de mulheres e aproximadamente 98,5 milhões de homens, resultando em uma diferença de cerca de 6 milhões. Especialistas atribuem essa discrepância a causas externas que afetam mais os homens, como acidentes e violência urbana, além do fato de que as mulheres tendem a cuidar melhor da saúde. A série histórica da PNAD mostra que essa tendência não é nova, com a proporção de gênero se mantendo estável ao longo dos anos.
A transição demográfica brasileira, caracterizada pelo envelhecimento da população e pela redução das taxas de natalidade, torna essa diferença ainda mais evidente. Segundo o analista do IBGE William Kratochwill, embora nasçam mais homens do que mulheres, os homens tendem a morrer mais cedo devido a mortes violentas e acidentes. Essa realidade se repete em diversas regiões do país, com exceções em Tocantins e Santa Catarina. Apesar da disparidade numérica, estudos sugerem que as solteiras e sem filhos podem ter uma qualidade de vida superior em comparação às casadas, refletindo uma dinâmica social complexa.