O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou, nesta quinta-feira (7), que a retomada dos trabalhos legislativos após o motim da oposição tenha sido condicionada à pauta do projeto de lei que propõe anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado. Motta enfatizou que a presidência da Câmara é 'inegociável' e que não há vínculo entre a reabertura das sessões e qualquer compromisso com a oposição.
O motim, que durou quase 30 horas, teve início após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocorreu na última segunda-feira (4). A oposição exigiu a anistia e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o que levou à ocupação do plenário. A desocupação foi concluída sem um acordo sobre a votação do impeachment.
Motta conseguiu abrir a sessão da Câmara na noite de quarta-feira (6), após a resistência da oposição. Em seu discurso, ele pediu diálogo e respeito, encerrando a reunião sem votar nenhuma matéria. Apesar de a pauta ser prerrogativa do presidente, a influência da maioria dos parlamentares pode impactar a decisão sobre a anistia, que foi anunciada como uma possibilidade para a próxima semana, embora sem confirmação das lideranças envolvidas.