O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou em entrevista que não se deixará intimidar pelas ameaças do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Não funciono sob ameaça”, afirmou Motta, que enviou quatro pedidos de cassação de Eduardo ao Conselho de Ética da Câmara, em resposta a denúncias de quebra de decoro parlamentar. As queixas, que estavam paradas na Mesa Diretora, incluem acusações de que o deputado atuou contra os interesses do Brasil.
Eduardo Bolsonaro já havia ameaçado Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), insinuando que ambos poderiam enfrentar sanções do governo dos Estados Unidos se não pautassem projetos de anistia e impeachment contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Em meio a essa tensão, a Polícia Federal indiciou Eduardo e o ex-presidente Jair Bolsonaro por coação a autoridades relacionadas ao golpe de Estado, o que intensifica o clima de incerteza política.
Interlocutores de Motta afirmam que as ameaças de Eduardo estão desconectadas da realidade do Congresso, onde as chances de aprovação de projetos da família Bolsonaro são mínimas. Em suas redes sociais, Eduardo defendeu sua atuação nos Estados Unidos como um pleito pelas liberdades individuais no Brasil, mas a situação atual levanta preocupações sobre a dinâmica política e as possíveis repercussões para o governo e o Legislativo.