O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reafirmou nesta quarta-feira, 6, que "a democracia não pode ser negociada" em meio à obstrução causada pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração ocorre durante o segundo dia de protestos da oposição, que inclui membros do Partido Liberal (PL), Partido Novo (NOVO) e legendas do Centrão, como União Brasil (UB) e Movimento pela Democracia Brasileira (MDB).
Os deputados manifestaram-se utilizando fitas adesivas nas bocas, simbolizando a suposta "censura" imposta a Bolsonaro. Além disso, parlamentares não pertencentes à mesa diretora ocuparam espaços destinados a membros da mesa. Motta alertou que, caso as manifestações continuem a atrapalhar as sessões, poderá suspender o mandato de deputados por até seis meses. A Polícia Legislativa foi acionada para garantir a segurança e desarmar os protestos que começaram na terça-feira, 5.
Os parlamentares oposicionistas exigem que Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP), discutam pautas de interesse da oposição, como o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a anistia dos presos dos atos de 8 de janeiro. No entanto, tanto Motta quanto Alcolumbre se mostraram firmes em não pautar esses projetos, visando evitar conflitos entre os Três Poderes e priorizando os interesses da população.