Um hospital católico na Alemanha decidiu proibir a realização de abortos, provocando uma onda de protestos em várias cidades do país. Centenas de mulheres se manifestaram contra a medida, que foi imposta pela nova administração da instituição, mesmo em casos onde havia indicação médica para a interrupção da gravidez. O médico-chefe do hospital, Joachim Volz, que atuou na ginecologia por 13 anos, entrou com uma ação judicial contra a decisão, alegando que procedimentos legalmente permitidos não deveriam ser proibidos.
Volz destacou a gravidade da situação ao relatar o caso de uma paciente, Kristin, cujo bebê foi diagnosticado com trissomia 13, uma condição que resulta em severas anomalias físicas e intelectuais. Ele enfatizou que as mulheres devem ter a opção de decidir sobre suas gestações, especialmente em circunstâncias críticas. Apesar da legislação alemã permitir o aborto sob certas condições, a Arquidiocese de Paderborn reafirmou sua posição ética, permitindo a interrupção apenas quando a vida da mãe está em risco imediato.
A decisão da Justiça do Trabalho em favor da Igreja Católica gerou ainda mais controvérsia e levantou questões sobre os direitos das mulheres e a autonomia médica. Com mais de 200 mil assinaturas em apoio ao médico, o caso pode ter implicações significativas para o debate sobre o aborto na Alemanha. Volz planeja recorrer da decisão judicial, buscando reverter a proibição imposta pela administração do hospital.