O Tribunal do Júri da Comarca de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, condenou Marlon Nascimento da Silva a 25 anos de reclusão pelo feminicídio de Amanda de Souza Soares Souza. O crime ocorreu na madrugada de 1º de fevereiro de 2024, quando Amanda foi brutalmente assassinada com diversos golpes de faca pelo ex-companheiro. O juiz destacou que o homicídio foi quadruplamente qualificado, considerando motivos torpes, o uso de meio cruel, traição e a condição da vítima como mulher trans, caracterizando transfobia.
Durante o julgamento, ficou evidente que Marlon atraiu Amanda para um terreno próximo à sua residência sob falsas promessas, demonstrando uma intenção dissimulada. A sentença enfatizou que o réu tentou criar um falso álibi ao consolar amigos da vítima após o crime, evidenciando seu desprezo pela vida de Amanda e sua tentativa de confundir as investigações. O juiz fixou a pena base em 26 anos, mas reduziu em um ano devido à confissão do réu.
A condenação traz à tona questões cruciais sobre a violência de gênero e a proteção das pessoas trans no Brasil. O caso reflete a urgência em combater a transfobia e garantir segurança às minorias, além de ressaltar a importância do sistema judiciário em reconhecer e punir adequadamente crimes motivados por ódio e discriminação. A decisão também pode influenciar futuras legislações e políticas públicas voltadas para a proteção dos direitos humanos.