No dia 6 de agosto de 2023, o mundo relembrou os 78 anos do bombardeio atômico sobre Hiroshima, que ocorreu às 8h15 de 1945, quando a bomba 'Little Boy' foi lançada pelos Estados Unidos. A ativista antinuclear Setsuko Thurlow, que tinha apenas 13 anos na época, compartilhou suas memórias do horror vivido naquele dia, que resultou na morte de 90 a 136 mil pessoas, entre mortos instantaneamente e aqueles que sucumbiram posteriormente aos ferimentos. Thurlow, que perdeu familiares no ataque, dedicou sua vida à luta pela abolição das armas nucleares e se tornou uma figura central na Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (Ican), premiada com o Nobel da Paz em 2017.
A cerimônia em Hiroshima, marcada pelo toque do Sino da Paz, ocorre anualmente para homenagear as vítimas e reforçar o apelo pela paz mundial e pela abolição das armas nucleares. O prefeito da cidade reiterou a importância de lembrar o passado para evitar que tragédias semelhantes se repitam. O historiador Takuma Melber, da Universidade de Heidelberg, destacou que essas cerimônias são um evento cultural central no Japão, simbolizando o compromisso do país com a paz e a rejeição ao uso de armas nucleares.
O Japão, que adotou a 'Constituição da Paz' em 1946 e os 'Princípios Não Nucleares' em 1967, continua a viver sob a proteção dos Estados Unidos, que mantêm cerca de 54 mil militares no país. Apesar da reaproximação entre as nações após a guerra, os EUA nunca se desculparam pelos bombardeios, e o número total de mortos e feridos ainda é motivo de controvérsia. A luta de sobreviventes como Thurlow permanece viva, lembrando ao mundo os horrores da guerra e a necessidade de um futuro sem armas nucleares.