Hiroo Onoda, ex-oficial de inteligência do Exército Imperial Japonês, tornou-se uma figura lendária ao passar quase três décadas escondido na ilha de Lubang, nas Filipinas, acreditando que a Segunda Guerra Mundial ainda estava em curso. Ele desembarcou na ilha em dezembro de 1944 com a missão de sabotar as forças inimigas e se recusou a se render mesmo após a rendição do Japão, recebendo panfletos que considerava propaganda enganosa. Sua história ganhou notoriedade em 1974, quando o explorador Norio Suzuki o encontrou e, após muita insistência, Onoda só aceitou depor as armas quando seu antigo comandante foi pessoalmente revogar a ordem dada em 1944.
Após sua rendição, Onoda retornou ao Japão, onde foi recebido como um herói, mas teve dificuldades para se adaptar à nova realidade do país. Em busca de um novo começo, ele se mudou para Terenos, no estado de Mato Grosso do Sul, onde se dedicou à pecuária e foi acolhido pela comunidade nipo-brasileira. Durante quase uma década, viveu em paz no interior do Brasil, longe dos holofotes, até retornar ao Japão nos anos 1980 para fundar uma escola de sobrevivência.
Onoda se tornou uma figura polêmica, admirada por sua lealdade e criticada por não reconhecer o sofrimento causado por sua resistência. Ele faleceu em 2014, aos 91 anos, em Tóquio. Sua história é um testemunho da complexidade da guerra e da busca por paz em lugares inesperados, como o interior do Brasil.