Casos de hipervitaminose no Brasil têm gerado preocupações entre médicos e pacientes. Recentemente, várias internações graves foram registradas devido ao uso excessivo de suplementos vitamínicos, como demonstram os relatos de Perinalva Dias da Silva e Ana Paula Fernandes, que enfrentaram complicações severas após tratamentos inadequados. A empresária Perinalva, por exemplo, ficou 28 dias em coma após receber um soro vitamínico, enquanto Ana Paula passou por quatro cirurgias devido a efeitos adversos de injeções de vitaminas.
Os especialistas alertam que a suplementação vitamínica deve ser realizada com cautela e apenas sob orientação médica. O endocrinologista Clayton Macedo destaca que o excesso de vitaminas pode causar danos renais e hepáticos, além de ser potencialmente fatal. A Anvisa registrou 240 notificações de problemas relacionados a suplementos desde o ano passado, com 28% dos casos considerados graves, refletindo um problema crescente de saúde pública.
A prática de automedicação com vitaminas se tornou um fenômeno nas redes sociais, mas carece de respaldo científico. Médicos recomendam que a suplementação só ocorra em casos de deficiência comprovada, enfatizando que uma dieta equilibrada é suficiente para suprir as necessidades nutricionais. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia alerta que a moda dos suplementos já impacta hospitais públicos, com pacientes intoxicados sendo atendidos em UTIs e unidades de diálise.

