Lideranças haitianas manifestam forte oposição à iminente intervenção militar dos Estados Unidos, que deve ser oficializada em breve. Erik Prince, fundador da Blackwater, anunciou o envio de centenas de mercenários ao Haiti com a justificativa de combater a violência de gangues e restaurar o sistema de arrecadação de impostos. Camille Chalmers, economista e líder popular, critica essa ação como uma nova forma de subjugação dos interesses haitianos aos de potências estrangeiras.
Chalmers descreve a estratégia como uma “tática do bombeiro incendiário”, onde problemas são criados para justificar soluções caras. Ele ressalta que as gangues armadas, que servem como justificativa para a intervenção, foram alimentadas por ações dos EUA e da República Dominicana, que fornecem armamentos e apoio logístico. A crítica se estende ao histórico da Blackwater, que já foi acusada de abusos durante sua atuação no Iraque.
A proposta de Prince inclui o envio de mercenários treinados em diversas partes do mundo e o uso de tecnologia avançada para controlar a situação no Haiti. Especialistas alertam que a presença de empresas militares privadas pode agravar a crise humanitária e violar direitos humanos, além de comprometer a soberania do país. A situação gera tensões internas no governo haitiano, que enfrenta um período de transição política.