O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (1º) que se reunirá na próxima semana com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, para discutir as tarifas de 50% impostas por Washington sobre parte das exportações brasileiras. O encontro visa esclarecer os impactos da medida e pode abrir caminho para um diálogo direto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano, Donald Trump.
Haddad destacou que a decisão dos EUA é considerada unilateral pelo governo brasileiro, que pretende apresentar argumentos técnicos sobre os efeitos econômicos e legais da sobretaxa. Trump, por sua vez, afirmou que Lula pode contatá-lo a qualquer momento para discutir as tarifas, ao que Haddad respondeu que o presidente brasileiro também está disposto a receber uma ligação do líder americano.
A sobretaxa, que entrou em vigor no final de julho, foi justificada por Trump como uma resposta a ações do governo brasileiro que ele classificou como ameaças à segurança nacional dos EUA. Apesar da medida, cerca de 44,6% das exportações brasileiras, incluindo produtos como petróleo e minério de ferro, foram isentas da tarifa. Além disso, Haddad pretende abordar a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, durante a reunião, buscando esclarecer a situação do sistema judiciário brasileiro.
O governo brasileiro também está avaliando medidas para mitigar os impactos da tarifa, como a possibilidade de compra de alimentos afetados pela medida para programas sociais no Ceará. A realização de um encontro presencial entre Lula e Trump ainda não está definida e dependerá dos desdobramentos da conversa entre Haddad e Bessent.