O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que é “quase brincadeira” considerar o Brasil um país protecionista, alegando que o governo busca parcerias com diversas nações. No entanto, suas declarações não levam em conta as evidências que mostram que a tarifa média de importação do Brasil é de cerca de 8%, muito superior à média de países da OCDE e da América Latina. Além disso, barreiras não tarifárias, como licenciamento e exigências técnicas, complicam ainda mais o cenário do comércio exterior brasileiro.
A análise crítica aponta que a defesa de Haddad ignora dados concretos sobre as tarifas e as barreiras que dificultam a importação. Especialistas sugerem que, ao invés de buscar justificativas ideológicas, o governo deveria considerar a redução das tarifas e a eliminação das barreiras não tarifárias para melhorar a competitividade do Brasil no mercado global. A comparação com outros países, feita pelo ministro, não se sustenta diante da realidade das práticas comerciais brasileiras.
Esse tipo de negacionismo econômico, especialmente vindo de uma figura tão proeminente como o ministro da Fazenda, pode ter implicações sérias para a política comercial do país. A falta de reconhecimento das dificuldades enfrentadas por importadores pode atrasar reformas necessárias e prejudicar o desenvolvimento econômico. O debate sobre a abertura comercial deve ser pautado por dados e evidências, não por ideologias desatualizadas.