O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (4) que o comércio internacional está se afastando do uso do dólar como moeda predominante. Durante entrevista à BandNews, Haddad destacou que a responsabilidade pela manutenção da força da moeda americana recai sobre os Estados Unidos, que devem resolver seus problemas econômicos internos para garantir sua posição como reserva de valor.
As declarações de Haddad surgem em resposta a comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no último domingo (3) manifestou interesse em expandir as transações comerciais em moedas diferentes do dólar, especialmente entre os países do Brics. O ministro minimizou a proposta de Lula, afirmando que o comércio em moeda local já ocorre, citando exemplos como as negociações entre Índia e Rússia.
Haddad também mencionou a recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA, que entrará em vigor em 6 de agosto, e ressaltou que a soberania do Brasil não deve ser comprometida nas negociações. Ele enfatizou que a utilização de moedas digitais e acordos bilaterais para transações em outras moedas não é uma novidade, e que a diminuição das reservas em dólar por outros países é uma tendência crescente.
As tensões entre os EUA e os países do Brics aumentaram, com o presidente americano Donald Trump ameaçando tarifas adicionais a nações que se opuserem às políticas americanas. Em discursos recentes, Trump reiterou sua disposição de taxar países do bloco, refletindo a preocupação dos EUA com a possível desvalorização do dólar no comércio global.