O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou neste sábado (23) os governos anteriores por não corrigirem a tabela do Imposto de Renda, o que fez com que mais de 20 milhões de brasileiros de menor renda passassem a pagar o tributo sobre os salários. Durante sua participação em um evento do PT em Brasília, Haddad afirmou que a falta de correção resultou em um aumento significativo da carga tributária para as camadas mais vulneráveis da população. Ele ressaltou que a tabela ficou congelada entre 2015 e 2022, acumulando uma defasagem de mais de 36%, o que incluiu trabalhadores que não deveriam estar pagando o imposto.
A proposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva visa elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil, beneficiando 25 milhões de brasileiros. Haddad explicou que essa medida é uma forma de justiça tributária, pois permitirá que apenas uma pequena parcela da população, com renda superior a R$ 1 milhão por ano, passe a contribuir com o imposto. O projeto já recebeu requerimento de urgência na Câmara dos Deputados e prevê também uma redução parcial do imposto para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350.
Além das questões relacionadas ao Imposto de Renda, Haddad anunciou um pacote de medidas para facilitar o acesso ao crédito habitacional, especialmente para trabalhadores de baixa renda e classe média. O governo está em tratativas com o Banco Central para utilizar recursos da poupança na oferta de financiamentos mais acessíveis. Essas iniciativas visam fortalecer a renda dos trabalhadores e estimular o mercado interno, contribuindo para a recuperação econômica do país.