O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira (27) que o “curto-circuito” nas negociações com o Congresso foi resolvido e que o governo está avançando na proposta de um corte linear de 10% nos benefícios fiscais. Em suas declarações, Haddad se referiu ao recente enfraquecimento do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), após uma invasão na Casa Legislativa, que levantou dúvidas sobre sua força política.
O ministro destacou que a situação de Motta gerou questionamentos sobre sua influência no Congresso, especialmente em relação ao ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, que ainda é visto como uma figura poderosa. Haddad também abordou a desoneração da folha de pagamento em 17 setores e a necessidade de reonerar gradualmente algumas áreas. Ele ressaltou que o Estado brasileiro enfrenta altos gastos tributários, muitos dos quais são destinados a programas sociais como o ProUni e o SUS, mas que a prioridade será a redução dos benefícios fiscais.
Além disso, Haddad fez uma análise crítica do cenário político atual, afirmando que as instituições brasileiras perderam a harmonia entre os Poderes desde 2014, resultando em uma crise política e econômica. Para ele, a solução para os problemas do país reside no fortalecimento das instituições e no retorno de cada Poder às suas funções constitucionais. “Cada um deve voltar para o seu quadrado e fazer o trabalho que a Constituição determina”, concluiu.