Desde 2021, Mianmar vive uma intensa guerra civil após um golpe militar que depôs o governo democraticamente eleito. Grupos insurgentes têm recorrido a campanhas de doação e vaquinhas online, amplamente divulgadas nas redes sociais, para financiar sua luta armada contra o regime militar. A situação no país é alarmante, com a ONU reportando mais de 6,8 mil civis mortos e 22 mil detenções desde o início do conflito.
O golpe militar, liderado pelo general Min Aung Hlaing, ocorreu após a vitória da oposição nas eleições de 2020, que os militares alegaram ter sido fraudadas. Desde então, a junta militar tem enfrentado resistência crescente de milícias e grupos de oposição, que utilizam métodos alternativos de financiamento, como a venda de patches militares e a arrecadação de doações. A organização Liberate Myanmar, em parceria com ativistas locais, arrecadou recentemente US$ 2,7 mil para a Força de Defesa das Nacionalidades Karenni (KNDF), um dos muitos grupos armados que lutam pela restauração da democracia.
As implicações desse conflito são profundas, com mais de 3,5 milhões de pessoas deslocadas internamente e outras 1,3 milhão fugindo do país em busca de segurança. Enquanto isso, a junta militar continua a sofrer perdas significativas, controlando apenas 21% do território nacional. O cenário se complica ainda mais com as promessas não cumpridas de novas eleições e a crescente pressão internacional sobre o regime, que enfrenta acusações de crimes contra a humanidade.