Uma estudante de 12 anos foi agredida por colegas na Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, MT, após recusar um 'geladinho'. O caso, que ocorreu na última semana, levou à apreensão de um caderno que detalhava a hierarquia e as regras de um grupo formado por alunas, inspirado em facções criminosas, segundo o delegado Marcos Paulo Batista de Oliveira.
O caderno, encontrado na casa de uma das alunas, continha normas e apelidos, além de descrever a utilização de pulseiras coloridas para identificar funções dentro do grupo. Durante os depoimentos, as alunas revelaram que o respeito e a lealdade eram exigidos, e que a vítima foi punida por desrespeitar uma das regras, semelhante ao que ocorre em organizações criminosas.
A Polícia Civil apurou que o grupo contava com cerca de 20 alunas, incluindo a vítima, e ouviu aproximadamente 10 pessoas, entre elas pais e a diretoria da escola. Nesta quarta-feira (6), a Justiça determinou a internação de três adolescentes envolvidas na agressão, enquanto uma quarta, de 11 anos, ficará sob a supervisão do Conselho Tutelar.
Em resposta ao incidente, o secretário de Estado de Educação, Alan Resende Porto, anunciou que a escola será transformada em uma unidade cívico-militar, com o processo de recrutamento de militares já em andamento. A agressão, que foi registrada em vídeo e compartilhada nas redes sociais, gerou grande repercussão e levantou preocupações sobre a influência de facções criminosas entre os jovens na região.
