O governo federal brasileiro divulgou o Projeto de Lei Orçamentária para 2026, que prevê um déficit de R$ 23,3 bilhões nas contas públicas. Apesar desse resultado negativo, a administração mantém a meta de superávit de 0,25% do PIB, equivalente a R$ 34,3 bilhões, ao excluir cerca de R$ 58 bilhões em despesas do cálculo fiscal. A análise da economista Thais Herédia, apresentada no CNN Prime Time, destaca que o orçamento total ultrapassa R$ 3 trilhões e inclui um aumento real de 2,5% no salário mínimo, que atingirá R$ 1.631.
As despesas do governo poderão crescer em R$ 168 bilhões, conforme as regras do arcabouço fiscal, enquanto as emendas parlamentares somam R$ 40,8 bilhões, com R$ 11,5 bilhões ainda não contabilizados. A Previdência Social representa a maior parte das despesas, com previsão de ultrapassar R$ 1,11 trilhão em 2026. Outros gastos significativos incluem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Bolsa Família, que juntos somam mais de R$ 290 bilhões.
A proposta orçamentária apresenta divergências em relação às expectativas do mercado, que projeta um crescimento econômico inferior e uma taxa Selic mais baixa. Especialistas alertam que a proposta segue um padrão histórico de superestimar receitas e subestimar despesas, sem apresentar soluções efetivas para o controle da dívida pública. O orçamento também conta com receitas extras estimadas em R$ 120 bilhões, oriundas de recursos do petróleo e cortes em benefícios tributários ainda não aprovados pelo Congresso Nacional.