Às vésperas das eleições legislativas na Argentina, marcadas para 28 de outubro, o governo do presidente Javier Milei (La Libertad Avanza) enfrenta uma série de reveses no Congresso e crises de corrupção. O caso mais recente envolve sua irmã e secretária-geral da Presidência, Karina Milei, que é investigada por um suposto esquema de propina na Andis (Agência Nacional para Pessoas com Deficiência), relacionado a contratos de aquisição de remédios e próteses. A situação se agrava com a divulgação de áudios que sugerem que Karina lucrava entre US$ 500 mil e US$ 800 mil mensais com esses contratos, o que pode redefinir o cenário político nacional.
A administração de Milei já havia enfrentado outras acusações de corrupção, como no caso da criptomoeda “$Libra”, que resultou em prejuízos a investidores e investigações judiciais. Apesar de criar uma comissão para apurar o caso, o presidente extinguiu o órgão por decreto, aumentando as críticas à sua gestão. A proximidade entre os irmãos torna inevitável a associação entre Javier e o escândalo, o que pode afetar sua capacidade de governar, especialmente em um contexto de polarização política acentuada.
Além dos escândalos, Milei acumula derrotas no Congresso, onde cortes em órgãos públicos foram revertidos e investimentos em áreas essenciais restaurados. A dificuldade em construir coalizões é uma vulnerabilidade significativa para o presidente, que depende de alianças instáveis para manter a governabilidade. Com a eleição se aproximando, os escândalos não apenas desgastam a imagem pública do governo, mas também fortalecem a oposição em um momento crucial para a agenda política de Milei.