A recente eleição para a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS resultou em uma derrota inesperada para o governo Lula (PT). O senador Carlos Viana (Podemos-MG), apoiado pelo PL e por parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, venceu o candidato do Palácio do Planalto, Omar Aziz (PSD-AM), com um placar de 17 votos a 14. Essa reviravolta é vista como um sinal de alerta para a fragilidade da base aliada do governo.
O resultado da eleição, ocorrida na quarta-feira (20), foi considerado um “erro grave” pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). A expectativa inicial do Executivo era consolidar o comando da CPMI com Aziz na presidência, mas a articulação da federação União Progressista surpreendeu a base governista. O cientista político Lehninger Mota apontou que o excesso de confiança do Planalto em sua articulação com os presidentes da Câmara e do Senado contribuiu para essa derrota.
Embora a oposição tenha agora uma plataforma para questionar o governo, alguns membros da base minimizam o impacto da CPMI. A deputada federal Adriana Accorsi (PT) destacou que o governo atravessa um bom momento e que Lula lidera as pesquisas para 2026. No entanto, a presidência da comissão nas mãos da oposição pode criar um espaço prolongado para questionamentos ao governo, sinalizando riscos de turbulência política futura.