O governo Lula projeta novas sanções dos Estados Unidos em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se inicia na próxima terça-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF). Acusado pela Procuradoria-Geral da República de ser o principal articulador da tentativa de golpe após sua derrota nas eleições de 2022, Bolsonaro enfrenta um cenário delicado que pode impactar as relações bilaterais entre Brasil e EUA, especialmente após declarações do ex-presidente Donald Trump sobre o tema.
A Primeira Turma do STF começará a analisar os integrantes do núcleo central das acusações contra Bolsonaro, o que, segundo fontes do governo Lula, pode resultar em novas sanções econômicas e políticas. O presidente dos EUA já mencionou a situação do ex-presidente brasileiro como um dos motivos para a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, em vigor desde agosto. O governo brasileiro, por sua vez, está considerando medidas de reciprocidade, embora não tenha planos imediatos para implementar barreiras tarifárias.
As discussões internas no governo indicam que a resposta a eventuais novas sanções dos EUA será cuidadosamente planejada, levando em conta as repercussões tanto internas quanto externas. Entre as possibilidades estão ações relacionadas à propriedade intelectual e tributação de serviços digitais, refletindo um desejo de manter um diálogo aberto com os americanos, apesar das tensões atuais. O desdobramento desse caso poderá influenciar significativamente a política externa brasileira nos próximos anos.