O governo de Luiz Inácio Lula da Silva optou por se esquivar da discussão em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que amplia a proteção a deputados e senadores em processos judiciais. A votação da proposta está agendada para esta quarta-feira (27) na Câmara dos Deputados, e o governo projeta uma nova crise entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), buscando evitar ser arrastado para esse embate. Ministros próximos ao presidente Lula têm declarado que essa pauta não é do governo, mas sim do Congresso Nacional. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, enfatizou que o tema deve permanecer estável, sem mudanças na interpretação constitucional. A avaliação no governo é de que, se a PEC for aprovada, o STF provavelmente a declarará inconstitucional, intensificando o desgaste entre os poderes. Um ministro próximo de Lula alertou que a cúpula do Congresso pode não estar considerando as reações negativas que a aprovação da proposta poderá gerar na sociedade. Ele destacou que essa crise terá como pivô o presidente da Câmara, Hugo Motta, que será responsabilizado por qualquer desdobramento negativo. Além disso, há um entendimento de que a pauta é impulsionada pela preocupação dos parlamentares com investigações sobre o uso irregular de emendas parlamentares, levando à determinação do ministro Flávio Dino para que a Polícia Federal investigue novas suspeitas. Os parlamentares do PT devem votar majoritariamente contra a proposta, enquanto ainda não há clareza sobre a orientação do líder do governo na Câmara.