O governo Lula está avaliando a possibilidade de iniciar um processo de retaliação contra as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, uma decisão que gera apreensão no setor empresarial. Este movimento ocorre em um momento considerado desfavorável, conforme análise de Thais Herédia no CNN Prime Time, já que coincide com a viagem de empresários brasileiros a Washington, onde eles participarão de audiências públicas na Câmara de Comércio dos EUA para defender os interesses da indústria nacional.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) mobilizou diversas entidades para uma agenda de representatividade nos Estados Unidos, embora em níveis intermediários de negociação. No entanto, o anúncio da possibilidade de retaliação pode comprometer esses esforços de diálogo. Entre as medidas em estudo pelo governo brasileiro estão ações relacionadas à propriedade intelectual, que poderiam criar insegurança jurídica e afastar investidores em um momento em que o Brasil precisa urgentemente de investimento estrangeiro.
Embora o governo descarte a aplicação direta de tarifas sobre produtos americanos, reconhecendo que isso afetaria os consumidores brasileiros, a mera discussão sobre medidas retaliatórias já causa apreensão no mercado. Herédia ressalta que o setor empresarial questiona a estratégia e o timing dessa abordagem, considerando o atual cenário das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.