O governo brasileiro e o Partido dos Trabalhadores (PT) intensificaram suas críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em meio a um clima de tensão política. A situação se agravou após a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros e sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei Magnitsky, que visa punir violações de direitos humanos. As declarações foram feitas durante o encontro nacional do PT, realizado em Brasília no último sábado (2).
Durante o evento, lideranças petistas, incluindo o presidente interino do partido, senador Humberto Costa, transformaram a reunião em um espaço de contestação ao governo americano, utilizando símbolos nacionais para enfatizar a soberania do Brasil. Costa anunciou a intenção de pedir a cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro, acusando-o de colaborar com as sanções americanas e agir contra os interesses do país.
O PT também protocolou uma ação no STF para impedir que instituições financeiras brasileiras apliquem as sanções impostas por Washington, argumentando que isso violaria a soberania nacional e a independência do Judiciário. Em resposta às tensões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento em rede nacional defendendo o STF e seu ministro, reiterando a necessidade de um diálogo cauteloso com a administração Trump, apesar das declarações do presidente americano de que estaria aberto a conversar.
Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, busca estabelecer uma frente de negociação econômica e se reunirá com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na próxima semana. A expectativa é que essa conversa possa abrir caminhos para um contato direto entre Lula e Trump, embora o ambiente político atual, marcado por desconfiança e críticas mútuas, dificulte uma reaproximação entre os dois países.