O governo do Rio Grande do Sul anunciou nesta semana o programa "Guardiões da Fauna", que visa a guarda legal de animais silvestres resgatados do tráfico ou vítimas de acidentes. Coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), a iniciativa busca ampliar a rede de mantenedores responsáveis e oferecer um destino seguro a animais que não podem retornar à vida livre. Atualmente, cerca de 150 animais, incluindo papagaios, macacos-prego e tartarugas, estão disponíveis para adoção.
A médica veterinária da UFRGS, Ana Carolina Contri, destacou que muitos dos animais que chegam aos centros de reabilitação apresentam ferimentos que dificultam seu retorno à natureza. "Muitos dos animais chegam para a gente muito machucados e com lesões que acabam impedindo o retorno deles à vida livre", afirmou. A Sema alerta que manter animais silvestres em cativeiro sem autorização é crime ambiental, e denúncias devem ser feitas aos órgãos competentes.
Os interessados em se tornar guardiões devem se cadastrar pelo Sistema Online de Licenciamento Ambiental (SOL) e passar por uma vistoria técnica. Para participar, é necessário residir no Rio Grande do Sul, não ter histórico de infrações ambientais e comprovar a capacidade de manter o bem-estar dos animais. Cada guardião poderá acolher até cinco animais, com possibilidade de ampliação para aves, e a comercialização e reprodução são proibidas.
A secretária Marjorie Kauffmann ressaltou que o programa representa um compromisso com a proteção da biodiversidade, enquanto a empresária Natália Andreghetto, uma das primeiras guardiãs, compartilhou sua experiência ao acolher duas macacas-prego. "Quando elas chegaram aqui, tinham muito medo, e hoje estão começando a ser livres", disse Natália, enfatizando o envolvimento emocional com os animais e a satisfação em cuidar deles.