Governadores de direita brasileiros, diante das críticas a Donald Trump pela imposição de tarifas, estão cada vez mais se voltando para o presidente argentino Javier Milei como uma referência política e econômica. Milei é visto como um exemplo na condução da crise gerada pelas novas tarifas americanas e por sua agenda de cortes de gastos, enquanto se mantém ideologicamente distante do governo Lula. A aproximação entre o líder argentino e os governadores que disputam o legado de Jair Bolsonaro em 2026 seria consolidada em um encontro promovido pela Consulting House, embora a participação de Milei tenha sido cancelada.
Recentemente, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, recebeu o secretário de Turismo da Argentina, Daniel Scioli, para discutir a atração de turistas argentinos para seu estado. Este encontro não foi isolado; Mello já havia se reunido com Milei anteriormente e outros governadores também expressaram apoio ao presidente argentino. A vitória de Milei foi celebrada por líderes como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e Ronaldo Caiado, governador de Goiás, que agora enfrentam o desafio de equilibrar suas posições em relação a Trump e suas bases eleitorais.
As novas dinâmicas políticas podem ter implicações significativas nas relações entre os governadores e o governo federal, especialmente em um momento em que 71% da população desaprova as tarifas americanas. Governadores como Tarcísio e Caiado buscam alinhar suas estratégias políticas com as demandas locais, enquanto tentam manter uma postura ideológica coerente. Essa situação revela um dilema complexo para os líderes estaduais, que precisam navegar entre interesses regionais e pressões políticas mais amplas.