Desde 23 de julho, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), não se pronunciou publicamente sobre o aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Sua última aparição foi em um evento da Sabesp, onde desafiou o presidente da companhia a nadar nos rios Tietê e Pinheiros até 2029. Desde então, Tarcísio tem evitado coletivas de imprensa, mesmo diante da crise econômica que afeta o estado.
A postura do governador contrasta com a de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, em licença do mandato e atualmente nos Estados Unidos, criticou Tarcísio por sua tentativa de negociar com empresários sobre os impactos do tarifaço. Eduardo acusou o governador de "subserviência servil às elites" e afirmou que sua atitude enfraquece a pressão por uma anistia aos acusados de tentar manter Jair Bolsonaro no poder.
O silêncio de Tarcísio pode ser uma estratégia para evitar desgastes com a base bolsonarista, especialmente após as críticas de Eduardo. Cotado como possível candidato à presidência em 2026, o governador busca equilibrar sua imagem entre a fidelidade ao bolsonarismo e a necessidade de dialogar com setores econômicos prejudicados pelas tarifas. Enquanto isso, a economia paulista sente os efeitos das tarifas e Tarcísio continua sem se pronunciar sobre o assunto.
Além disso, a assessoria de comunicação do governador informou que ele passará por um procedimento de radioablação por ultrassonografia de tireoide no próximo domingo (3), no Hospital Albert Einstein, e não participará da manifestação pró-Bolsonaro na Avenida Paulista. Essa decisão, recomendada por Gilberto Kassab, visa evitar possíveis explorações políticas negativas e preservar a imagem do governador em um momento considerado "oportuno" para futuras declarações.