Goiás, tradicionalmente reconhecido por sua produção agrícola, emergiu como um protagonista na exploração de minerais estratégicos, especialmente níquel e terras raras. Barro Alto, uma cidade de cerca de 12 mil habitantes no norte do Estado, tornou-se um ponto focal na disputa global por níquel, essencial para baterias e aço inoxidável. A venda da planta da Anglo American para a MMG, subsidiária da estatal chinesa China Minmetals, por US$ 500 milhões, gerou reações tanto no Brasil quanto na Europa, com a Corex Holding contestando o valor da transação.
Além do níquel, Goiás se destaca na produção de terras raras, com Minaçu abrigando a única operação comercial fora da Ásia. Elementos como disprósio e neodímio são fundamentais para tecnologias modernas. O governo federal reconhece a importância de atualizar o marco regulatório da mineração para agregar valor aos minerais estratégicos, conforme destacado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A exclusão das terras raras do tarifaço imposto pelos EUA reforça o potencial estratégico do Brasil no mercado global. Com reservas significativas e fontes de energia limpa, Goiás se posiciona como um polo essencial na economia verde internacional. Cidades como Barro Alto e Minaçu estão se transformando em centros de interesse geopolítico e investimento internacional, destacando a importância crescente do Estado na cadeia global de minerais críticos.