A Prefeitura de Goiânia anunciou a contratação de três organizações sociais (OSs) para a gestão emergencial das maternidades da capital, após uma crise prolongada na administração da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). O investimento total será de R$ 38 milhões, com contratos válidos por três meses. A decisão foi tomada em resposta a interrupções nos atendimentos e atrasos nos repasses financeiros da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O Instituto Patris, de Mato Grosso, ficará responsável pelo Hospital e Maternidade Dona Iris, com um repasse de R$ 16,7 milhões. A Sociedade Beneficente São José, de São Paulo, assumirá o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara, com um valor de R$ 15,3 milhões, enquanto a Associação Hospital Beneficente do Brasil, também paulista, gerenciará a Maternidade Nascer Cidadão, com um contrato de R$ 5,9 milhões. O custo mensal estimado para as três unidades é de R$ 12,6 milhões.
A mudança de gestão ocorre após um relatório técnico da SMS apontar irregularidades na administração da Fundahc, que incluem descumprimento de metas e falhas administrativas. A Fundahc, por sua vez, contestou as alegações, afirmando que sempre enviou relatórios à SMS e que os valores do fundo rescisório foram utilizados para manter os serviços. A dívida total da Prefeitura com a Fundahc é de R$ 158,5 milhões, sendo R$ 46,5 milhões relacionados a obrigações trabalhistas.
A expectativa da Prefeitura é que as novas gestoras assumam plenamente as maternidades até a próxima semana. O prefeito Sandro Mabel (UB) garantiu que o processo de transição será concluído em até três meses, enquanto uma Comissão Especial de Transição foi instituída para supervisionar a mudança na gestão das unidades de saúde.