O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), expressou sua perplexidade em relação à escalada de ataques dirigidos aos ministros da Corte durante a cerimônia de abertura do semestre Judiciário, realizada nesta sexta-feira (1º). Mendes destacou que essas ações configuram uma tentativa orquestrada de desestabilizar não apenas o STF, mas também a democracia brasileira. Ele ressaltou a importância de defender a soberania do país diante de ameaças externas, em linha com a postura do governo brasileiro.
Mendes também se manifestou em defesa do ministro Alexandre de Moraes, que tem sido alvo de críticas infundadas. O decano elogiou a prudência e assertividade do trabalho de Moraes e repudiou as hostilidades direcionadas a ele, afirmando que a maioria das críticas provém de radicais que buscam minar o funcionamento do Judiciário. O ministro não hesitou em criticar um deputado federal que, segundo ele, fugiu do país para atacar o STF, em um ato que classificou como 'lesa-pátria'.
As declarações de Mendes ocorrem em um contexto de tensões políticas, especialmente após a imposição de sanções pelo governo dos Estados Unidos ao ministro Moraes, com base na Lei Magnitsky. Essa legislação, que visa punir abusos de direitos humanos e corrupção, foi aplicada pela primeira vez a um membro de uma Suprema Corte brasileira, gerando reações de apoio a Moraes de diversos setores, incluindo o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que manifestou repúdio à medida.
A situação reflete um momento crítico para o Judiciário brasileiro, que enfrenta desafios tanto internos quanto externos, e a necessidade de proteger suas instituições fundamentais em um ambiente político conturbado.