Na tarde de terça-feira (19), o Teatro de Contêiner Munguzá, localizado no centro de São Paulo, foi alvo de uma ação de reintegração de posse realizada pela Guarda Civil Metropolitana (GCM). O espaço, que se tornou um importante centro cultural e social desde sua inauguração em 2017, foi invadido enquanto artistas e apoiadores protestavam contra a ação, que foi marcada por violência e uso de spray de pimenta. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a GCM retirando os ocupantes do local, que abriga cerca de quatro mil atividades artísticas ao longo dos anos.
A coordenadora do Coletivo Tem Sentimento, Carmen Lopes, denunciou a brutalidade da ação, afirmando que os agentes quebraram as paredes do prédio para entrar. O ator Marcos Felipe, um dos fundadores da Cia Mungunzá de Teatro, criticou a reintegração como uma tentativa do governo estadual de encobrir a realidade da Cracolândia, que fica nas proximidades. A vereadora Luana Alves (Psol-SP) também questionou a motivação da ação, sugerindo que ela estava relacionada a um evento programado para o dia seguinte no local.
A reintegração ocorre em meio a uma disputa judicial em curso, com os artistas buscando mais tempo para se organizar. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, enviou um ofício ao prefeito Ricardo Nunes solicitando uma prorrogação do prazo para desocupação. A situação levanta preocupações sobre a especulação imobiliária na área e o futuro do Teatro de Contêiner Munguzá como um espaço cultural vital na região.