A gangue venezuelana Tren de Aragua, considerada uma das mais perigosas da América Latina, está sendo alvo de uma investigação aprofundada no Chile, onde suas operações foram expostas por documentos contábeis apreendidos durante ações policiais em Arica. As planilhas, que detalham até mesmo pequenas despesas, revelam a estrutura organizacional da gangue, que foi classificada como um 'grupo terrorista estrangeiro' pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
As autoridades chilenas, após uma série de investigações, conseguiram condenar 34 membros da gangue em março e, recentemente, enviaram dez de seus líderes para cumprir penas que totalizam 300 anos de prisão. Apesar das deportações em massa promovidas pelos Estados Unidos, especialistas alertam que essas ações não abordam a complexidade do funcionamento da organização criminosa, que se beneficiou da crescente migração venezuelana e da demanda global por drogas.
O Tren de Aragua, que se estabeleceu no norte do Chile em 2021, tem sido associado a uma onda de crimes violentos, incluindo sequestros e assassinatos, desafiando a segurança de um país que, até então, era considerado um dos mais seguros da região. Com a ajuda de documentos recuperados, promotores chilenos conseguiram desmantelar a ramificação local conhecida como Los Gallegos, marcando um avanço significativo no combate ao crime organizado. Especialistas enfatizam a necessidade de uma abordagem mais integrada e respeitosa dos direitos humanos para efetivamente desmantelar redes criminosas na América Latina.