O poeta goiano Gabriel Nascente, em sua obra "Apenas um Poeta", apresenta uma trajetória literária que mescla experiências pessoais e contextos históricos, desafiando as convenções da poesia contemporânea. Nascente, que perdeu o pai aos 36 anos, utiliza a dor da perda como impulso criativo, transformando luto em um fluxo poético que se intensifica durante a repressão da ditadura militar nos anos 1970. O autor se exila na Argentina, onde sua produção literária se torna um testemunho da resistência e da luta contra a opressão, culminando em obras reconhecidas por críticos, como "Reflexões do Conflito".
A obra de Nascente é marcada por uma dualidade: enquanto sua poesia é profundamente enraizada na cultura goiana, ela também possui uma ressonância universal. O pequi, fruto típico do Cerrado, serve como metáfora para sua escrita, que, embora local, alcança dimensões planetárias. Livros como "A Torre de Babel" e "Viagem às Criptas de Dante" demonstram essa capacidade de conectar o regional ao global, provando que a singularidade pode ser a chave para a universalidade.
A trajetória de Nascente pode ser dividida em quatro atos, refletindo sua evolução como poeta e ser humano. Desde a infância em Goiânia até sua atuação como jornalista de resistência, sua obra revela um arco dramático que encapsula a luta, a perda e a transformação. A poesia de Gabriel Nascente não é apenas um reflexo de sua vida, mas um convite à reflexão sobre a condição humana em tempos de crise.